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terça-feira, 5 de abril de 2011

Yoga como filosofia

Reportagem da Revista Espaço Aberto USP nº 101
Veja o conteúdo da revista deste mêsPor professor Marcos Rojo Rodrigues*
Yoga como filosofia
Data de publicação: Sábado, 7 Março 2009
Yoga é um antigo sistema de filosofia indiano que acredita na importância do corpo como estratégia para a aquisição de estados meditativos ou estados elevados da consciência. Destaca a constante inter-relação entre corpo e mente, ressaltando que a mente interfere no corpo num grau maior do que o corpo pode interferir na mente. Ou seja, um padrão mental alterado é refletido imediatamente no tônus muscular, na postura e na condição respiratória, mas para que a mente seja influenciada pelo corpo o caminho é mais longo, leva mais tempo. Por este motivo, sugere a prática diária de posturas e de exercícios respiratórios que, até pouco tempo, eram bastante estranhos para um ocidental.
Antes de comentar sobre esta relação mente e corpo, textos antigos de Yoga abordaram a questão do comportamento e do estilo de vida, entendendo que ninguém pode pensar em boa saúde, controle de atividade da mente e qualidade de vida, sem questionar prioridades e valores. Começa destacando a importância da não-violência, da verdade e do desapego como forma de se manter uma boa relação com o mundo e, posteriormente, ressalta a importância da disciplina, do contentamento e do autoestudo, para que cada um tenha uma boa relação consigo mesmo.
Prática e benefícios
O Yoga afirma que não adianta vestir roupa dos monges e conhecer com profundidade todos os textos antigos se você não coloca os ensinamentos em prática. Prática em Yoga significa 24 horas por dia, é a constante busca de um estado mental saudável, que visa ao bem comum.
Contudo, aqui no Ocidente, sempre que pensamos em prática de Yoga, pensamos em alguém de cabeça para baixo ou numa posição exótica, recitando mantras e sons que não pertencem ao nosso vocabulário. As posturas de Yoga, ou os asanas, são reconhecidamente exercícios que melhoram a flexibilidade e a boa postura, re-equilibrando o tônus muscular, tonificando os mais flácidos, alongando os mais encurtados e facilitando a aquisição da capacidade de relaxamento.
Hoje em dia, damos muito valor ao condicionamento físico e ao desenvolvimento de habilidades extraordinárias e nos esquecemos da importância do relaxamento para a manutenção da saúde. Para o Yoga, boa parte das doenças tem um fundo emocional e o relaxamento é o grande antídoto ao stresse.
Os exercícios respiratórios, ou os pranaiamas, têm como principal foco a interferência nos impulsos que determinam o ritmo da respiração, levando o praticante a respirar cada vez menos, mas sem que isto provoque falta de ar. É uma eficiente técnica de meditação, dizem os textos de Yoga. Como não podemos interferir diretamente no controle da atividade da mente, devemos interferir no controle do ritmo respiratório, porque estão intimamente ligados.
Tudo no Yoga é meditação e meditação pode ser entendida de várias maneiras. Entre elas a de que “é um estado hipometabólico sem sono”, ou seja, um estado de profundo relaxamento, mas consciente. Outros a definem como “um relaxamento de pensamentos e sentimentos”, ou seja, deixar que emoções e pensamentos venham à tona, sem analisá-los, sem censurá-los nem provocá-los, deixar que passem pela mente.
A quem diga que meditação é “um silêncio momentâneo que às vezes aparece”. Seja como for, são muitas definições para o mesmo estado. Estado que até pouco tempo atrás era considerado exclusivo dos místicos e hoje sabemos que é acessível a todos que praticarem com determinação.

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