Ontem participei de uma banca na EPM (UNIFESP) com dois brilhantes colegas. Nessa sessão, além da avaliação do trabalho em pauta, falamos das confusões na ciência da nutrição. Com base nisso fiz alguns levantamentos e discutirei aqui com vocês.
Produtos com lactose
O primeiro é a ingestão de produtos sem lactose para pessoas que não
precisam disso. A intolerância à lactose decorre de três situações:
1)
genético, revelado no inicio da vida onde o consumo de lactose produz
diarreia importante pondo em risco a vida da criança;
2) decorrente de
alguma doença como HIV, rotavírus, doença celíaca, desnutrição,
gastroenterite parasitaria; e
3) a mais frequente é a indução da
intolerância pela redução da ingestão alimentar de lactose, a utilização
desnecessária de enzima para digestão de lactose (lactase), consumo
excessivo de produtos sem lactose, produtos tratados com enzimas que
digerem lactose (British Nutrition Foundation, 2002). Estima-se que o
mercado lactose free cresça 75% no mundo entre 2012 e 2016 fazendo com
que as pessoas que optem por estes produtos paguem um prêmio próximo a
30% quando comparado ao produto convencional. Assim se você não é de
fato intolerante à lactose, não se torne.
Ingestão de glúten
Outro ponto que já
discutimos aqui é a ingestão do glúten. Como falei em textos anteriores
serei breve. Os celíacos (pessoas que não podem consumir glúten)
representam menos de 1% da população mundial. Um estudo realizado com
pessoas não celíacas que manifestavam sensibilidade ou desconforto ao
glúten, demonstrou após a ingestão de zero, 2 e 16 gramas de glúten
desconforto com todas as dietas, deixando claro o efeito psicológico
desse sintoma (a referência deste artigo está em publicação anterior). O
mercado de produtos sem glúten cresceu 30% no último ano nos Estados
Unidos, ou seja mais que a população celíaca existente.
Resumindo a
nossa conversa de ontem, evite consumir moda alimentar, procure a
ciência. Para emagrecer não necessitamos de cada vez menos nutriente mas
a ingestão correta de todos eles.
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